sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

As cassetes

Juntas uma caixa de plastico com dois furinhos, duas rodinhas, uma fita e tens uma cassete.
E durante uns bons aninhos foram elas que me acompanharam para cá e para lá.
E, diga-se, fui um destruidor de "walkmans". Tive uns 4. Para onde eu fosse eles iam.
Aliás, durante o secundário, andava sempre com duas coisas na mochila: um walkman e uma bola de basquete.
De X em X tempo lá ia eu comprar (leia-se "pedir ao pai ou à mãe para comprar") um "pack" de cassetes. Sim, porque gravar por cima era sinónimo de uma gravação de menor qualidade, ou seja, era certo e sabido que, muitas vezes, acabaria por ouvir como fundo da gravação actual a gravação anterior. E isso não costuma ser boa ideia.
Inicialmente as minhas gravações exigiam uma concentração rara.
Estava deitado na cama, com o rádio na mesinha de cabeceira e o dedo no botão da pausa, com o "rec" accionado. Assim que ouvia os primeiros acordes da música pretendida "PIMBAS!" carregava e lá ia eu todo contente para a próxima. Havia um senão... Muitas vezes, o locutor/animador gostava de falar por cima da música. Digamos que, se fosse hoje em dia, eu chegava ao karaoke e, de tanto ouvir a gravação, já sabia a letra de cor e com o "muito bem, estamos a ouvir Pearl Jam com Daughter. Pearl Jam cujo vocalista, Eddie Vedder, foi eleito como um dos homens mais bonitos da América"... O resultado ia ser bonito!

Nessa altura, tinha dois colegas de turma que andavam sempre a ouvir rap e música electrónica. Lembro-me como se fosse hoje. KLF, Vanilla Ice, MC Hammer e Kriss Kross era o que estava na moda. E eles até treinavam a dançar e tudo! Por acaso acabei por nunca gravar nada disso mas às vezes a malta juntava-se em casa de um deles e ficavamos a ouvir aquilo a tarde toda. Bons tempos! "I've got the power", "Jump Jump!", "Night train", "Can't touch this" eram os grandes sucessos da altura.

Entretanto, arranjei um "dealer". O Francisco jogava basquete comigo e tinha cassetes e CDs que me ia emprestando para eu gravar. E o que ele me arranjava ia do mais ouvido na época até grupos como Ministry ou Suicidal Tendencies.

Mais tarde, um dos meus colegas passou de Vanilla Ice e MC Hammer e de aprender os "moves" para fazer bodyboard e ouvir música punk e ska. Foi nessa altura que comecei a ouvir Greenday, NOFX, Offspring, Bad Religion e outras bandas menos conhecidas tipo Lagwagon, Sprung Monkey ou Guns N' Wankers. Esta última valeu-me uma "menção honrosa" numa aula de inglês que, por acaso, coincidiu com o dia em que aprendi o significado de wanker.

É claro que no meio disto ouvia Nirvana, Smashing Pumpkins, Stone Temple Pilots, Alice in Chains e tudo o que fosse grunge, e juntava-lhe Sepultura, Slayer e Carcass (ah grande Valter a.k.a. Vinho que me arranjaste isso).

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

E o primeiro CD?

Depois do post sobre o meu primeiro vinil acabei por ficar às voltas e voltinhas para me tentar recordar do primeiro CD que comprei.
"Spaghetti Incident" dos Guns N'Roses.
Mas continuo na dúvida se terei comprado um outro antes. Não para mim, para a minha mãe.
A "Kind Of Magic", dos Queen, nesse caso, com um tema particularmente cativante que fazia de tema principal de uma série chamada Imortais, na qual um pessoal se andava a decapitar desde o início dos tempos e depois provocava descargas eléctricas monumentais. Ah, e como o nome indica, não morriam (os que decapitavam, claro).
Voltando ao CD, o álbum em questão talvez fosse o mais fraquinho de todos os dos GN'R mas, obviamente, quando o comprei não sabia.
Passava tardes inteiras na sala do R/C a ouvir o CD, às vezes voltava para ouvir mais depois de jantar e só parei de o ouvir quando comprei o "Get a Grip" dos Aerosmith.
Esse sim, tinha músicas fabulosas. "Fever", "Livin´ on the Edge", "Cryin´", "Crazy", "Amazing" faziam com que "Get a Grip" tivesse quase 50% das suas faixas transformadas em sucessos.
Invulgar...

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O meu primeiro disco

O meu primeiro disco foi um de vinil, daqueles pequeninos que tocavam a 45 r.p.m. e era dos...Bon Jovi. Tinha aquele som muito idiota que (ainda hoje) eles usam como fundo de algumas músicas (como se fosse bonito). O certo é que na altura eu via o clip e ouvia a música no canal 2 da RTP e gostava. Aliás, também gostava muito de ver uma de Peter Gabriel chamada "Sledge Hammer" e outra que era com um boneco de plasticina (técnicas muito evoluídas em 1900 e troca o passo) que se partia todo enquanto cantava "come on baby, do the twist".
Por acaso também era fã de uma música dos Europe mas começa a ser uma lista muito extensa de factos da minha vida que prefiro deixar encerrados no baú das memórias.
O disco de Bon Jovi era apenas o primeiro que eu escolhia. Antes já tinha uns discos muito loucos. O "Fungagá da Bicharada" era o mais porreiro e rivalizava com o do Avô Cantigas e o dos Queijinhos Frescos. Os dois primeiros eram daqueles grandinhos de 33 r.p.m., o último era dos de 45. Foi nesta altura que aprendi a brincar com o gira-discos. Já antes tinha ensaiado a minha relação com este aparelho mas o máximo que consegui foi, aos 2 anos, partir a agulha do gira-discos de estimação da minha mãe.

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A minha vida dava uma compilação

Dizem que durante a adolescência criamos uma maior ligação com a música, que é nessa idade que temos uma maior necessidade de ouvir música...
A minha adolescência ainda não acabou e já estou quase nos trinta.
Gosto de música!
Devoro música!
Sou constantemente posto perante a tentação de ouvir novos sons, novos grupos, novas "sonoridades", como lhes chamam os "especialistas"...e gosto!
A banda sonora da minha vida corre todo o espectro musical mundial.
Leva uns pozinhos de Xutos & Pontapés e Bon Jovi, passa por Nirvana, Pearl Jam, Suicidal Tendencies, Soundgarden ou Smashing Pumpkins, salta para Rage Against the Machine, Madredeus ou Kusturica, depois dá um pulinho a Ivete, Chiclete com Banana ou Raúl Seixas, a Blasted Mechanism ou Serj Tankian e sacode o crânio com um house, relaxa com um chill out e "passa-se" com trance...
Há dias tentei ordenar a banda sonora da minha vida cronologicamente. Não consigo. Mas fui identificando certos episódios marcados por certas músicas, certos grupos.
É isso que vai ilustrar este blog.
Por isso espero que quem leia goste e que, caso não conheça algum "alvo sonoro" das minhas crónicas, sinta curiosidade de procurar, ouvir e dizer "hummm gosto!" ou "o que é isto? este tipo é parvo?" ou, como diz a minha avó: "credo! isto é música do diabo!".
Coloquem os "headphones".
A banda sonora vai começar a tocar.

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