quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tudo começou com um filme...

Hoje não dormi. Mais uma vez.
No entanto não tenho sono.
Levantei-me, peguei no meu leitor de mp3 e carreguei no PLAY.
Fui até à cozinha e liguei a máquina do café. 
Depois da habitual espera, peguei na pequena chávena e fui até à janela.
O sol levanta-se do Tejo.
Está bonito.
Não é a primeira vez que vejo o nascer do sol da minha janela, mas hoje parece mesmo bonito.
A música que entra pelos meus ouvidos ajuda. E muito!
Pego no leitor de mp3 e vejo que estou a ouvir Zero 7. 
Arranjei vários álbuns deste grupo há cerca de uma semana e tenho ouvido aqui e ali. Normalmente é uma voz feminina que se faz ouvir, mas hoje é uma voz não muito grave de homem que se faz ouvir. Os acordes soam mesmo bem, parece incrível.
Caramba, o amanhecer em Lisboa neste dia é capaz de ser o melhor amanhecer que já vi.
A faixa que estou a ouvir, raios partam, diz tudo: Morning Song!
Tudo isto porque uma menina que conheci há uns 3 ou 4 meses me recomendou o filme Garden State. Eu vi-o e gostei de tudo, dos actores, do argumento, da banda sonora. Movido pela curiosidade espreitei no google e andei em busca dos senhores e senhoras que, juntos, deram mais cor à história.
Zero 7.
Gosto.
Se fosse a vocês experimentava ouvir.
Eu vou ouvir a Morning Song pela quarta vez agora.

VIRA O DISCO!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

As enguias

Estou velho.
Ainda não consegui lembrar-me porque ou quando comecei a ouvir Eels.
Lembro-me que quando ouvi "Novocaine for the Soul" fiquei apaixonado pelo som desta banda.
Sei que gosto e sempre gostei.
Também sei que o vocalista, um maluco que gosta de ser tratado por 'E', tem um ar extremamente alucinado e bem podia ser o freak do álbum dos Eels chamado "Beautiful Freak", não fosse o beautiful...
Recentemente, encontrei uma colectânea destes senhores que vos recomendo: "Meet the Eels: The essential Eels".

Quem não gostar pode ir encomendando a camisa de forças ou então gosta de sacrificar cabritos...

VIRA O DISCO!

terça-feira, 17 de junho de 2008

And now...live...at Queima das Fitas de Coimbra...

A Queima das Fitas de Coimbra serviu para eu começar a ver uns concertos ao vivo.

Lembro-me que era daqueles pouco maluquinhos de tinham ouvido Clawfinger na Antena3 e foram a correr comprar os CDs da banda escandinava.
Lindo foi quando soube que eles iam estar na Queima.
Brutal!
Eu fui lá para o meio, na altura ainda com o meu belo sapatinho de vela, para o meio dos metaleiros, curtir como se não houvesse amanhã, a deixar-me levar pelo turbilhão do "mosh".
A páginas tantas perdi um sapato e, aí sim, começou a aventura. Lá o encontrei, no meio de cotoveladas e empurrões e, como sensato rapaz que sempre fui saí do meio da confusão. É claro que foi só para apertar o sapato e logo voltei.

Sei que nesse ano também tocou uma banda porreirinha mas está a falhar o nome e também não sei onde foi parar o CD single que comprei... Sei que foi bom e me diverti.

Nessa altura eu ainda achava que Deftones eram uma banda de malta intelectual e nem me cheguei perto da zona do palco, fui beber. Bronco!

Estava a tentar lembrar-me de alguma banda decente que tenha estado nos anos seguintes em Coimbra para a festa dos estudantes mas julgo que quando a Queima mudou de lado do rio Mondego acabou por perder as grandes bandas.

Tudo bem que ainda assisti a alguns concertos de Blasted Mechanism, vi Lamb e rebolei a rir com Mike Flowers Pop mas faltava ali qualquer coisa. Acho que ainda chegaram a ir a Coimbra uns já decadentes Stone(d) Roses mas foi fraquinho fraquinho...

Blasted foram, na minha opinião, a melhor banda que vi até hoje ao vivo. Sim, não vi muitas, é verdade. Mas são excelentes. O visual, o som...o dialecto estranho... É uma mistura que me prende nas primeiras filas e me faz pular.

Fartei-me de Xutos&Pontapés. É verdade. Depois de os ver repetidas vezes acabei por me fartar. Deles e dos Da Weasel.

Na Queima a noite grande é a de sábado mas a melhor noite é a do Cortejo, também conhecida como a Noite Pimba.
Recordo o concerto das Baby, um momento de amor e carinho durante o qual as meninas ficaram em bikini e, perante o sonoro "tira!tira!tira!" da multidão, as meninas tiveram de fazer uma ameaça: "vá lá! parem com isso se não vestimos os casacos!".
Também recordo um concerto, este numa Festa das Latas, que levou Ruth Marlene ao palco. Foi bonito. E foi especialmente tocante quando, no início de cada música, a cantora dizia "esta é para todos os que se amam" ou "esta é para quem ama" ou "esta é pelo amor" ou "esta é para os casais apaixonados" e coisas do género. A rapariga era original, não havia dúvida.

Grandes também foram as actuações de Ena Pá 2000, Irmãos Catita e Tu Metes Nojo.
A única coisa que ainda me lembro dos Ena Pá foi ter estado o concerto todo lá à frente a cantar as letras do princípio ao fim. Estes senhores são donos de um talento fantástico a nível instrumental e passeiam a sua classe ordinária nas canções com que nos brindam.
Já quando os mesmos meninos estiveram em Coimbra mas enquanto Irmãos Catita, o concerto foi diferente. Já foi no palco RU( e não no principal e foi com a batida electro da tenda ao lado como som de fundo. Gritos como "Red Bull Não! Licor Beirão!" e outros que se escapuliram por entre os anos que já passaram e o álcool consumido nessa noite, iam animando o público que se ia juntando na apertadinha tenda RU(. Momento alto: Chiquito, o rei do órgão mágico.
Tu Metes Nojo actuaram numa Latada e fizeram furor. Desde um bacalhau, uma cabeça de porco, até gritos de "vivam os bacarelatos, abaixo as licenciaturas" e "bem vindos à festa dos politécnicos", a banda de Coimbra ia lançando farpas em todas as direcções.
Prostituição Universitária, o Violador, o autocarro das sete, eram grandes sucessos. Mas o concerto foi interrompido e o presidente da Académica de então, Tó Silva, tornou célebres as palavras de calma "oh oh ó pessoal!".

Orxestra Pitagórica.
Estes rapazes são uns senhores.
O meu padrinho era membro da Pitagória e respondia à alcunha de Mancha. Passei com os pitagóricos o meu cortejo da Latada e teve um misto de tortura (5%), diversão(75%) e bebedeira(20%), ou não fosse eu ter treino ao final do dia.
Estes rapazinhos pegam numa qualquer música famosa, mudam-lhe a letra, e depois vão para o palco tocar sinal de trânsito, garrafas, colheres, autoclismo e tudo o que se vão lembrando.
Tocam por normal ao final da noite e regularmente num dia que não o marcado, uma vez que costumam estar muito bêbedos quando chega a hora de actuarem.

Mas a Queima é mesmo assim. Alguns excessos, bastante álcool e muita mas muita diversão.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

As cassetes

Juntas uma caixa de plastico com dois furinhos, duas rodinhas, uma fita e tens uma cassete.
E durante uns bons aninhos foram elas que me acompanharam para cá e para lá.
E, diga-se, fui um destruidor de "walkmans". Tive uns 4. Para onde eu fosse eles iam.
Aliás, durante o secundário, andava sempre com duas coisas na mochila: um walkman e uma bola de basquete.
De X em X tempo lá ia eu comprar (leia-se "pedir ao pai ou à mãe para comprar") um "pack" de cassetes. Sim, porque gravar por cima era sinónimo de uma gravação de menor qualidade, ou seja, era certo e sabido que, muitas vezes, acabaria por ouvir como fundo da gravação actual a gravação anterior. E isso não costuma ser boa ideia.
Inicialmente as minhas gravações exigiam uma concentração rara.
Estava deitado na cama, com o rádio na mesinha de cabeceira e o dedo no botão da pausa, com o "rec" accionado. Assim que ouvia os primeiros acordes da música pretendida "PIMBAS!" carregava e lá ia eu todo contente para a próxima. Havia um senão... Muitas vezes, o locutor/animador gostava de falar por cima da música. Digamos que, se fosse hoje em dia, eu chegava ao karaoke e, de tanto ouvir a gravação, já sabia a letra de cor e com o "muito bem, estamos a ouvir Pearl Jam com Daughter. Pearl Jam cujo vocalista, Eddie Vedder, foi eleito como um dos homens mais bonitos da América"... O resultado ia ser bonito!

Nessa altura, tinha dois colegas de turma que andavam sempre a ouvir rap e música electrónica. Lembro-me como se fosse hoje. KLF, Vanilla Ice, MC Hammer e Kriss Kross era o que estava na moda. E eles até treinavam a dançar e tudo! Por acaso acabei por nunca gravar nada disso mas às vezes a malta juntava-se em casa de um deles e ficavamos a ouvir aquilo a tarde toda. Bons tempos! "I've got the power", "Jump Jump!", "Night train", "Can't touch this" eram os grandes sucessos da altura.

Entretanto, arranjei um "dealer". O Francisco jogava basquete comigo e tinha cassetes e CDs que me ia emprestando para eu gravar. E o que ele me arranjava ia do mais ouvido na época até grupos como Ministry ou Suicidal Tendencies.

Mais tarde, um dos meus colegas passou de Vanilla Ice e MC Hammer e de aprender os "moves" para fazer bodyboard e ouvir música punk e ska. Foi nessa altura que comecei a ouvir Greenday, NOFX, Offspring, Bad Religion e outras bandas menos conhecidas tipo Lagwagon, Sprung Monkey ou Guns N' Wankers. Esta última valeu-me uma "menção honrosa" numa aula de inglês que, por acaso, coincidiu com o dia em que aprendi o significado de wanker.

É claro que no meio disto ouvia Nirvana, Smashing Pumpkins, Stone Temple Pilots, Alice in Chains e tudo o que fosse grunge, e juntava-lhe Sepultura, Slayer e Carcass (ah grande Valter a.k.a. Vinho que me arranjaste isso).

VIRA O DISCO!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

E o primeiro CD?

Depois do post sobre o meu primeiro vinil acabei por ficar às voltas e voltinhas para me tentar recordar do primeiro CD que comprei.
"Spaghetti Incident" dos Guns N'Roses.
Mas continuo na dúvida se terei comprado um outro antes. Não para mim, para a minha mãe.
A "Kind Of Magic", dos Queen, nesse caso, com um tema particularmente cativante que fazia de tema principal de uma série chamada Imortais, na qual um pessoal se andava a decapitar desde o início dos tempos e depois provocava descargas eléctricas monumentais. Ah, e como o nome indica, não morriam (os que decapitavam, claro).
Voltando ao CD, o álbum em questão talvez fosse o mais fraquinho de todos os dos GN'R mas, obviamente, quando o comprei não sabia.
Passava tardes inteiras na sala do R/C a ouvir o CD, às vezes voltava para ouvir mais depois de jantar e só parei de o ouvir quando comprei o "Get a Grip" dos Aerosmith.
Esse sim, tinha músicas fabulosas. "Fever", "Livin´ on the Edge", "Cryin´", "Crazy", "Amazing" faziam com que "Get a Grip" tivesse quase 50% das suas faixas transformadas em sucessos.
Invulgar...

VIRA O DISCO!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O meu primeiro disco

O meu primeiro disco foi um de vinil, daqueles pequeninos que tocavam a 45 r.p.m. e era dos...Bon Jovi. Tinha aquele som muito idiota que (ainda hoje) eles usam como fundo de algumas músicas (como se fosse bonito). O certo é que na altura eu via o clip e ouvia a música no canal 2 da RTP e gostava. Aliás, também gostava muito de ver uma de Peter Gabriel chamada "Sledge Hammer" e outra que era com um boneco de plasticina (técnicas muito evoluídas em 1900 e troca o passo) que se partia todo enquanto cantava "come on baby, do the twist".
Por acaso também era fã de uma música dos Europe mas começa a ser uma lista muito extensa de factos da minha vida que prefiro deixar encerrados no baú das memórias.
O disco de Bon Jovi era apenas o primeiro que eu escolhia. Antes já tinha uns discos muito loucos. O "Fungagá da Bicharada" era o mais porreiro e rivalizava com o do Avô Cantigas e o dos Queijinhos Frescos. Os dois primeiros eram daqueles grandinhos de 33 r.p.m., o último era dos de 45. Foi nesta altura que aprendi a brincar com o gira-discos. Já antes tinha ensaiado a minha relação com este aparelho mas o máximo que consegui foi, aos 2 anos, partir a agulha do gira-discos de estimação da minha mãe.

VIRA O DISCO!

A minha vida dava uma compilação

Dizem que durante a adolescência criamos uma maior ligação com a música, que é nessa idade que temos uma maior necessidade de ouvir música...
A minha adolescência ainda não acabou e já estou quase nos trinta.
Gosto de música!
Devoro música!
Sou constantemente posto perante a tentação de ouvir novos sons, novos grupos, novas "sonoridades", como lhes chamam os "especialistas"...e gosto!
A banda sonora da minha vida corre todo o espectro musical mundial.
Leva uns pozinhos de Xutos & Pontapés e Bon Jovi, passa por Nirvana, Pearl Jam, Suicidal Tendencies, Soundgarden ou Smashing Pumpkins, salta para Rage Against the Machine, Madredeus ou Kusturica, depois dá um pulinho a Ivete, Chiclete com Banana ou Raúl Seixas, a Blasted Mechanism ou Serj Tankian e sacode o crânio com um house, relaxa com um chill out e "passa-se" com trance...
Há dias tentei ordenar a banda sonora da minha vida cronologicamente. Não consigo. Mas fui identificando certos episódios marcados por certas músicas, certos grupos.
É isso que vai ilustrar este blog.
Por isso espero que quem leia goste e que, caso não conheça algum "alvo sonoro" das minhas crónicas, sinta curiosidade de procurar, ouvir e dizer "hummm gosto!" ou "o que é isto? este tipo é parvo?" ou, como diz a minha avó: "credo! isto é música do diabo!".
Coloquem os "headphones".
A banda sonora vai começar a tocar.

VIRA O DISCO!