terça-feira, 17 de junho de 2008

And now...live...at Queima das Fitas de Coimbra...

A Queima das Fitas de Coimbra serviu para eu começar a ver uns concertos ao vivo.

Lembro-me que era daqueles pouco maluquinhos de tinham ouvido Clawfinger na Antena3 e foram a correr comprar os CDs da banda escandinava.
Lindo foi quando soube que eles iam estar na Queima.
Brutal!
Eu fui lá para o meio, na altura ainda com o meu belo sapatinho de vela, para o meio dos metaleiros, curtir como se não houvesse amanhã, a deixar-me levar pelo turbilhão do "mosh".
A páginas tantas perdi um sapato e, aí sim, começou a aventura. Lá o encontrei, no meio de cotoveladas e empurrões e, como sensato rapaz que sempre fui saí do meio da confusão. É claro que foi só para apertar o sapato e logo voltei.

Sei que nesse ano também tocou uma banda porreirinha mas está a falhar o nome e também não sei onde foi parar o CD single que comprei... Sei que foi bom e me diverti.

Nessa altura eu ainda achava que Deftones eram uma banda de malta intelectual e nem me cheguei perto da zona do palco, fui beber. Bronco!

Estava a tentar lembrar-me de alguma banda decente que tenha estado nos anos seguintes em Coimbra para a festa dos estudantes mas julgo que quando a Queima mudou de lado do rio Mondego acabou por perder as grandes bandas.

Tudo bem que ainda assisti a alguns concertos de Blasted Mechanism, vi Lamb e rebolei a rir com Mike Flowers Pop mas faltava ali qualquer coisa. Acho que ainda chegaram a ir a Coimbra uns já decadentes Stone(d) Roses mas foi fraquinho fraquinho...

Blasted foram, na minha opinião, a melhor banda que vi até hoje ao vivo. Sim, não vi muitas, é verdade. Mas são excelentes. O visual, o som...o dialecto estranho... É uma mistura que me prende nas primeiras filas e me faz pular.

Fartei-me de Xutos&Pontapés. É verdade. Depois de os ver repetidas vezes acabei por me fartar. Deles e dos Da Weasel.

Na Queima a noite grande é a de sábado mas a melhor noite é a do Cortejo, também conhecida como a Noite Pimba.
Recordo o concerto das Baby, um momento de amor e carinho durante o qual as meninas ficaram em bikini e, perante o sonoro "tira!tira!tira!" da multidão, as meninas tiveram de fazer uma ameaça: "vá lá! parem com isso se não vestimos os casacos!".
Também recordo um concerto, este numa Festa das Latas, que levou Ruth Marlene ao palco. Foi bonito. E foi especialmente tocante quando, no início de cada música, a cantora dizia "esta é para todos os que se amam" ou "esta é para quem ama" ou "esta é pelo amor" ou "esta é para os casais apaixonados" e coisas do género. A rapariga era original, não havia dúvida.

Grandes também foram as actuações de Ena Pá 2000, Irmãos Catita e Tu Metes Nojo.
A única coisa que ainda me lembro dos Ena Pá foi ter estado o concerto todo lá à frente a cantar as letras do princípio ao fim. Estes senhores são donos de um talento fantástico a nível instrumental e passeiam a sua classe ordinária nas canções com que nos brindam.
Já quando os mesmos meninos estiveram em Coimbra mas enquanto Irmãos Catita, o concerto foi diferente. Já foi no palco RU( e não no principal e foi com a batida electro da tenda ao lado como som de fundo. Gritos como "Red Bull Não! Licor Beirão!" e outros que se escapuliram por entre os anos que já passaram e o álcool consumido nessa noite, iam animando o público que se ia juntando na apertadinha tenda RU(. Momento alto: Chiquito, o rei do órgão mágico.
Tu Metes Nojo actuaram numa Latada e fizeram furor. Desde um bacalhau, uma cabeça de porco, até gritos de "vivam os bacarelatos, abaixo as licenciaturas" e "bem vindos à festa dos politécnicos", a banda de Coimbra ia lançando farpas em todas as direcções.
Prostituição Universitária, o Violador, o autocarro das sete, eram grandes sucessos. Mas o concerto foi interrompido e o presidente da Académica de então, Tó Silva, tornou célebres as palavras de calma "oh oh ó pessoal!".

Orxestra Pitagórica.
Estes rapazes são uns senhores.
O meu padrinho era membro da Pitagória e respondia à alcunha de Mancha. Passei com os pitagóricos o meu cortejo da Latada e teve um misto de tortura (5%), diversão(75%) e bebedeira(20%), ou não fosse eu ter treino ao final do dia.
Estes rapazinhos pegam numa qualquer música famosa, mudam-lhe a letra, e depois vão para o palco tocar sinal de trânsito, garrafas, colheres, autoclismo e tudo o que se vão lembrando.
Tocam por normal ao final da noite e regularmente num dia que não o marcado, uma vez que costumam estar muito bêbedos quando chega a hora de actuarem.

Mas a Queima é mesmo assim. Alguns excessos, bastante álcool e muita mas muita diversão.